fevereiro 28, 2009



Por Rodnei Cypriano

Pra começo de conversa, não são a mesma coisa. Embora se assemelhem, definitivamente não podem ser associadas.
Como afirmo isso? Simples. Diga-me, de pronto, quem são os evangélicos hoje?O que caracteriza ser “evangélico”?
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Faça uma lista indicando um nome de expressão nacional ou de destaque em sua cidade, que se considera evangélico, em cada um dos setores que eu lhe indicar: política, meio empresarial, educação, saúde, órgão do governo. Basta.Ótimo. Agora me diga, dos que você listou, em qual ou quais desses setores você pode dizer com todas as palavras que “põe a mão no fogo” pelo(s) indicado(s)?
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Da minha lista, nenhum, pelo menos dos que lembrei.É claro que existe muita gente bem-intencionada, que vive o que prega, que almeja a propagação do evangelho. Não posso deixar de pensar nestas pessoas.Infelizmente conheço muito mais gente que usa do termo “evangélico” para se esconder, para a autopromoção, contrariando o que, na verdade, significa ser evangélico.
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Cansei de ser rotulado como tais. São os que mais enganam, os que mais fazem aumentar a lista de devedores no SPC, os que faltam com a honra da palavra, os que difamam, subjugam pessoas, envolvem-se em escândalos e espreitam a derrota, inclusive, dos próprios “irmãos da igreja”, os que mais se divorciam, os que mais sabem apontar o indicador de condenação, os que preservam os dogmas e matam o amor.
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Cansei-me dos chavões e palavras feitas, das retóricas eclesiásticas desnudas. De nada adianta falar do amor de Deus enquanto pessoas, do lado de fora dos templos, estão sem entender o barulho que se faz lá dentro.Enquanto vejo pessoas simples dividindo o pouco que têm, com seus semelhantes (sem ter nenhuma denominação por trás), gente que diz ter todo o conhecimento do Criador, todos os métodos de felicidade, de triunfo, de sucesso, pouco faz, tendo, às mãos, muito mais do que precisa.
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Ser evangélico é bonito, é moderno, é diferente, é místico, é favorável.Por muitos anos convivi numa igreja pentecostal que agia como se todo o mundo estava perdido. Somente aqueles que pertenciam àquela denominação tinham o direito à salvação. Que hipocrisia.
Reivindicar pra si o direito único de conduzir um punhado de pessoas aos céus. Aliás, quem tem esse poder, a não ser o Messias?
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Por esses motivos deixei de ser evangélico e decidi ser cristão.Decidi viver bem com Deus, sem, no entanto, fazer propósitos desorientados, viver na alienação dos temores, forçado à obediência ao líder em submissão (confundida com intimidação).
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Decidi ser mais humano, mais emocional, menos racional, mais sensível, menos religioso. Decidi aceitar os dois lados da moeda, as verdades; não criticar, não condenar, não se queixar.Quero ser cheio de compaixão, quero exprimir amor, quero entender o sofrimento alheio, antes de indicar a proveniência.
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Quero, simplesmente, ser cristão.
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Fonte:Esquina da fé via Membro de banco

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