Um vento suave soprava numa janela e saía pela outra, sem contudo ser o suficiente para nos refrescar sem usar os leques de papelão que o Velório Bergen fornecia de graça, nesta igreja rural construída por nossos ancestrais, e onde estávamos agora sentados, nos abanando e espantando moscas. Depois de cantarmos alguns hinos, esperávamos ouvir um sermão preparado na noite anterior por um fazendeiro vizinho.
A hora da adoração chegara. Todo domingo de manhã todos nós nos encontrávamos nas nossas igrejas para adorar a Deus. Esperávamos nos encontrar com o Deus santo na igreja mesmo sem música e sem pregadores famosos.
Era difícil tomar tempo para ser santo durante os meses do verão. Podíamos olhar pela janela e ver os campos de trigo maduro e esperando pela colheita, e lá estávamos nós cantando:
Tira tempo para ser santo,
Fala sempre com o teu Senhor
Permanece sempre Nele,
E alimenta-te com a Sua Palavra.
Faze amigos entre os filhos de Deus;
Ajuda aqueles que estão fracos;
Nunca esquecendo-te em situação alguma
De buscar Suas bênçãos.
Os domingos eram separados para adorar o nosso Deus vitorioso com os nossos vizinhos. Um fazendeiro poderia preferir adorar a Deus enquanto estivesse atrás do volante de um trator John Deere modelo D, indo para cá e para lá ao longo dos campos durante a colheita, e cantando em voz bem alta as suas músicas evangélicas favoritas, mas havíamos aprendido a tirar tempo uma vez por semana para adorar a Deus junto com os outros.
Estar na igreja ao invés de trabalhar nos campos poderia nos custar parte da colheita, mas as nossas vidas eram abençoadas porque tirávamos tempo para sermos santos adorando junto com os nossos irmãos ao nosso Criador e Provedor.
Algo deste espírito de adorar a Deus num lugar definido com outras pessoas já se perdeu. Ao invés de tirar tempo para sermos santos, estamos ouvindo as necessidades dos outros nas estações de rádio cristãs. Ao invés de falar frequentemente com o Senhor, estamos falando com freqüência uns com os outros a respeito do que os outros cristãos estão fazendo.
Ao invés de nos alimentarmos com a Sua Palavra, estamos nos alimentando com livros que nos contam a respeito das nossas feridas. Ao invés de fazermos mais amizades entre os filhos de Deus, estamos fazendo amizades com o mundo. Ao invés de ajudarmos aqueles que estão fracos, estamos nos queixando a respeito dos ricos e invejando o seu dinheiro. Ao invés de não nos esquecermos em situação alguma de buscar as bênçãos de Deus, não temos nos esquecido de comparecer a seminários onde se aprende a levantar fundos para pagar as nossas contas.
Todas estas coisas podem ser necessárias, mas não são adoração a Deus. Elas focam a nossa atenção no homem e nas falhas do homem. Quando ou onde iremos adorar a Deus? Onde Deus pode ser encontrado na terra? Quando é que nós adoramos a Deus em espírito e verdade?
Leva tempo para encontrarmos o Senhor em espírito e em verdade. Nós adoramos aquilo que ocupa o nosso tempo, e com muito mais freqüência do que queremos admitir, adoramos aquilo que o homem faz para Deus mais do que ao próprio Deus.
Aquilo que fazemos no nosso tempo de lazer, aquilo que fazemos quando temos um dinheiro extra, mostra-nos onde está o nosso coração.
Warren W. Wiesbe escreve no seu livro Verdadeira Adoração: “Aquilo que uma pessoa adora é um bom sinal do que realmente tem valor para ela... Atualmente há tanta ênfase no conhecimento da Bíblia que corremos o risco de ignorar, ou mesmo de combater, a experiência espiritual pessoal... Tanto aquilo que somos, como o que fazemos, são determinados por aquilo que adoramos.”
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