maio 20, 2010

Juventude, sexo e fidelidade


Por Pr Marcos Schmidt

A pesquisa Juventude e Sexualidade que saiu no último dia 8 de março,
realizada pela Unesco em Brasília, de certa forma aparece com poucas
novidades. Nela foram ouvidos 16,4 mil alunos brasileiros de escolas
públicas e privadas entre 10 a 24 anos. Junto com outros resultados, foi
constatado que a maioria dos jovens está praticando a primeira relação
sexual por volta dos 15 anos e as meninas estão ficando grávidas já com 16
anos. A surpresa mesmo é quanto a fidelidade dos adolescentes. Apesar de
iniciarem a vida sexual muito cedo, 70% deles mantém relações apenas com um
(a) namorado(a) por acreditarem na importância da fidelidade.

Sexo! Está aí um assunto um tanto difícil de ser tratado pela igreja,
especialmente quando pisa fora de seu chão (como por exemplo neste espaço).
Conceitos e idéias confusas sempre existiram, coisas que se tornaram mitos.
Começando com a infeliz conversa de que o primeiro pecado de Adão e Eva foi
o sexo, e a maça (a Bíblia apenas fala em fruta) em símbolo da paixão
carnal. Por isto ainda hoje esta crença de que do umbigo pra cima foi obra
de Deus e do umbigo pra baixo obra do Diabo. Colhendo muitos prejuízos,
alguns segmentos do cristianismo sempre tiveram a tendência de endiabrar os
órgãos genitais, colocando o pecado do sexto mandamento no grau de pior e
mais infame de todos. E com isto esqueceram de outros. Também esquecendo
que a sexualidade é criação divina assim como tudo neste mundo, algo para
ser bem usado. E se pensarmos que tudo no princípio foi feito para trazer
prazer, então nada pode ser comparado com esta relação íntima entre um
homem e uma mulher. Por isto outra confusão na área quando alguns dizem que
sexo é apenas para procriação. Se fosse assim, homem e mulher não nasceriam
com certas peculariedades.

Mas enquanto tal conceito puritano insiste, do outro extremo surge de
rolo compressor uma idéia extremamente banal do sexo. E com conseqüências
que estão aí, reveladas nas pesquisas e nos índices de separações
matrimonias, da violência na família, das desgraças pessoais e familiares.
Não foi sem razão que o Criador, depois da queda humana no pecado, editou
algumas regrinhas também no uso da sexualidade. Coisas que todos já sabem,
tudo baseado num tripé: sexo só no casamento, fidelidade, e união entre um
homem e uma mulher até que a morte os separe. Para a maioria isto pode
parecer uma grande idiotice. Mas se esta mesma maioria concorda que a
fidelidade é importante, então deveriam entender que aí, neste tripé, está
a sustentação da família e da própria sociedade. Não é sem razão que tudo
está desmoronando.

Aceitando ou não, as regras sobre o sexo foram dadas. E assim como nas
leis de trânsito, no final quem escolhe para ter uma viagem feliz é o
próprio indivíduo. O problema quem sabe esteja nos pais ao entregarem o
carro aos filhos mesmo quando não têm carteira. É isto que também está
dizendo a pesquisa Juventude e Sexualidade, quando a maioria dos pais estão
liberando seus filhos ao sexo livre desde que usem camisinha. É como
estivessem dizendo ao filho sem carteira: "aí estão as chaves do carro, só
não esquece de usar o cinto de segurança".

Na verdade não são apenas os jovens que acreditam na importância da
fidelidade e desejam um casamento feliz. Mas o que todos precisam entender
é que a fidelidade e a felicidade só existirão mesmo quando existir o amor
fiel daquele que sempre cumpre as promessas que faz (1 Pedro 4.19),
promessas sustentadas na mãe de todas que diz: "se confessarmos os nossos
pecados a Deus, ele cumprirá a sua promessa e fará o que é justo: perdoará
os nossos pecados" (1 João 1.9).

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